quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Shall I go on and on and on and on and on and on again?"

O que me envelhece não são os anos que passam, nem as marcas no meu rosto ou no meu corpo.
São as coisas que fiz e faço, assim como as que eu deixei e deixo de fazer.
As coisas que eu consigo e não consigo fazer.
As pessoas que estão próximas e as que estão distantes.

A quantidade de vezes que eu tive que começar de novo.
A quantidade de coisas que eu tive que aprender e as que eu tive que esquecer.
O número de pessoas que eu afastei para aproximar outras.


E como pouquíssimas pessoas me fazem sorrir de doer a face.



Mesmo com isso tudo, nada me envelhece mais do que como eu me sinto em relação as coisas ao meu redor. De como eu olho e penso, de como eu me sinto quando ajo de jeito
A ou B.

Mas quem sabe semana que vem os parâmetros dessa função não mudem?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

"My body aches from mistakes"

Dizem que o tempo muda as pessoas.
O tempo não muda ninguém.
Pessoas mudam porque querem.
Quem se machuca com a mudança do próximo, se machuca porque quer.
Quem se machuca com isso, já machucou com as suas mudanças.
Se machuca porque se prende a algo que não existe mais, a alguém que não existe mais.
Se machuca por lembranças.
Infelizmente elas são inesquecíveis. Tanto que você lembrou da última agora.
Sinta-se à vontade e minta.




Mudamos porque precisamos, porque queremos mudar.
E machucamos porque com mudança vem a dor, cedo ou tarde.

sábado, 4 de dezembro de 2010

"What will you say when we ask you what are your final words?"

Cá estou eu sentado na minha varanda pensando que esse é o último mês do ano 2010, e assim que percebi isso, muitas coisas apareceram na minha cabeça como pop-ups de vírus quando você clica no "Você é o visitante numero 1.000.000 e temos um prêmio para você!".

E isso está na minha cabeça tem duas semanas e alguma coisa, e sempre me pega desprotegido.
Hoje eu fiquei pensando nisso, e pensei numa coisa que lembro de já ter pensado sobre, que é o tempo que temos por aqui.

Por exemplo, como eu vou ter tempo para ler todos os livros de uma biblioteca? Como eu vou ter tempo de ouvir todos os álbum que despertam curiosidade em mim? Como eu vou ter tempo de viajar para todos os lugares que eu quero conhecer? Como eu vou ter tempo para cultivar amores? Para experimentar as culinárias do mundo? Como eu vou ter tempo para dormir o quanto eu preciso dormir? Conhecer gente nova? Conversar com "gente velha"? Escrever o que eu sinto necessidade de compartilhar?

Esse não é um texto que eu direi no final : "se a vida lhe dá limões, faça uma limonada, ou uma caipirinha, ou venda ele pelo dobro do preço justo e fique rico", não, é um texto que diz que a sua vida vai acabar cedo, cedo demais, e você vai se arrepender de muitas coisas no fim.

Nada aconteceu, eu não quase morri e vi minha vida passar pelos meus olhos, flashing before my eyes. ;-eu estou no quarto copo de Chivas, e esse pensamento tá acabando comigo.

Alguns diriam que se eu comece apropriadamente e fizesse exercícios regularmente eu teria uma vida mais duradoura. Mentira.
Nada que eu fizer ou deixar de fazer vai anular a probabilidade da minha vida acabar daqui a 5 minutos, ou 5 dias, ou 5 anos, ou 5 décadas.
Essa é a questão, do quão bravos ou estúpidos temos que ser para continuar a viver numa boa e tentar fazer o que queremos fazer. Porque TEMOS que ser um deles.

Minha boca fica seca e meu apetite some sempre que eu penso nisso, e claro, a vontade de beber aumenta, bastante.


-sexto copo-


Essas horas eu vejo a vida como um conjunto de privações que nos define, e não realizações. Porque essas realizações só foram possíveis pela negligência e abandono de outras.
Porque eu aposto com qualquer um que todos nós deixamos de fazer algo que queríamos para fazer outra coisa, sempre.
Essa espiral acaba comigo.

Alguns também diriam "Você deixou de fazer aquelas porque as outras eram melhores", se eu ouvir algo assim, ficarei em silêncio para poupar ouvidos de palavras não muito gentis.

Eu sei que quando tiver mais idade eu direi que sou uma pessoa satisfeita com o que eu fiz e deixei de fazer, e eu sei que será uma mentira. Sei que direi que eu fiz o possível, e sei que será mais uma mentira. E também sei que direi que naquelas circunstâncias eu não pude fazer mais, mais uma mentira.

Somos assim, cobrimos nossos erros com acertos, nossas perdas com ganhos, e nossa tristeza natural com felicidade forçada.

Estou começando a aceitar o fato de ser incompleto é o jeito de continuar sem se enganar. E que o resto é o que nos resta.

O que nos restará a dizer, assim que perguntarem como é a nossa vida?

sexta-feira, 5 de março de 2010

So let it be written

Escrever é a melhor saída, quando a voz falha e falta um ouvido. Quando falta a coragem, para dizer tudo aquilo que ocupa a sua cabeça, e que te deixa sem espaço. Quando o ouvido do próximo está tão cheio de interferência, que você precisa que os olhos escutem o que suas mãos tem a dizer.

Lembro que comecei a escrever, quando não conseguia falar tudo aquilo que queria dizer, quando a raiva era tão grande, que se eu falasse, iria perder o controle dos pensamentos e esquecer tudo o que precisava falar. Assim sendo, pegava meu caderno azul e escrevia sem parar, até que a raiva fosse embora, e que a minha mão parasse de tremer. Isso sempre deixava minha mãe espantada. Porque um belo dia lá estaria o meu caderno, confuso e magoado, em cima de um móvel no quarto dela, esperando pra ser lido.

Depois eu passei a escrever cartas, quando o amor, o carinho e a ternura não mais eram compatíveis com o ato de falar. As palavras se confundiam, o ar faltava, e a lágrima vinha. O sentimento sempre foi maior do que as palavras ditas, logo, fui a escrita, onde eu consegui pensar com calma, me concentrar para não esquecer nada, e manter o foco naquelas palavras que não saiam pela minha boca.


Ultimamente eu tenho vagado entre escrever para aliviar a cabeça e como um tipo de terapia, onde eu me exponho, podendo ver melhor os elementos de um pensamento, de uma idéia, pra saber que tipo de tratamento empregar.

Conheço umas pessoas que conversam consigo para poder "ver" melhor, e até fazem um tipo de teatro, interpretando os diferentes tipos de pensamentos e de escolhar para assim chegar numa decisão.

Eu já fiz isso, achei estranho, a fala tem um peso grande, até mesmo quando é a sua que você escuta, brigando com a outra, que também faz parte de você. Me dou melhor escrevendo e lendo depois, ponderando sobre o que escrevi.


Cansei por hoje.


"As I write this letter,
Send my love to you,
Remember that I'll always,
Be in love with you.

Treasure these few words 'til we're together,
Keep all my love forever,
P.S., I love you.
You, you, you."

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Four season in one day

Amor

Olhar e sorrir, lembrar e sorrir, acordar e sorrir.
"Tudo" faz você sorrir.
Sinto falta disso, principalmente hoje.
Não pelo dia, pelo ano, pela estação; por nada externo, porque essa saudade é interna.
Já senti essa falta, mas em forma de pessoa. Ultimamente ela tem sido pelo sentimento em si. Da forma que o amor me influencia, do jeito de pensar ao jeito de agir, e também, ao de imaginar.
Imaginar uma família, uma vida, onde você acaba sendo muito mais do que aquilo que você deseja ser. Porque você não está (pelo menos não deveria) sozinho.
Por exemplo, eu ainda lembro como era, quando só olhando, eu já me sentia maior. Porque não estava sozinho.
Pelo menos eu sentia "isso", não sei traduzir exatamente o que era isso, mas era algo que fazia de tudo a minha volta mais exagerado, mais "cheio de vida", mais agradável.
Que tipo de mecanismo social em prol da perpetuação da espécie é esse? Que te deixa bobo, a beira de uma explosão?
Uma explosão de sentimentos, porque tudo se mistura, você com o seu "par", sem contar no choque de gostos, idéias, sonhos, desejos, problemas e traumas.
Também lembro de um "manto" de desconforto que me cobria assim que não tinha mais um contato direto. Uma dor latente, fraca e constante, que só parava quando o contado direto era reestabelecido. I mean, que diabos é isso?
Eu hein.
E o pior, isso faz falta.
Vejo que o fator mais inconfundível é esse, o de juntar as quatro estações em um dia, todo o caos que envolve o amor. Chuva, sol, seca, trovões, ventania, tempo nublado, tudo!
E você fica lá no meio, como que maravilhado com isso, com toda essa confusão, acho impossível não gostar disso.
Talvez isso também seja uma das coisas que sinto falta.

Ter a carne fraca é uma merda, carne fraca para carinho, para proximidade.
As interpretações são muitas e as certezas são bem poucas.

Eu, como um homem, tenho o sonho de ter filhos.
Aquilo que escrevi ali em cima, sobre o de "Olhar e sorrir, lembrar e sorrir, acordar e sorrir.", como isso seria com uma família, uma família que você construiu?
Já cheguei a me sentir pequeno comparado com o tamanho sentimento que eu direcionava a uma pessoa.
Agora, como seria com mais pessoas, com os filhos?
Eu vi e ouvi certas façanhas a respeito do que esse amor pode fazer.
Mas como deve ser sentir-los?
Penso muito nisso as vezes.
Em tudo aquilo que eu faria, que sentiria.



Tá bom por hoje.





Foi muito interessante, e bem tenso, escrever sobre isso. Lembrar de algumas coisas, dessa confusão que rolava dentro da minha cabeça. Mas é complicado, porque as vezes você lembra de coisas que pensava ter esquecido, sem contar as que queria ter esquecido.
E hoje o jeito que eu arranjei pra passar foi escrevendo.
Confuso, mas foi o jeito.


"But we wont be saved, we’ll live as slaves to love
What god takes away, let’s refill all the holes with mud
Purchase your ticket
I’m kicking your crosses down

I fix myself up nice but you never came
The words rolled off our backs and sound the same
I’ll be waiting...
I hope that it’s worth it but I’ll never know"

-Circa Survive - Kicking Your Crosses Down-

sábado, 16 de janeiro de 2010

When hells break loose

O que mantem alguem inteiro, quando tudo a sua volta desmorona?
A cada perda que vejo, percebo ou escuto, essas pessoas se prendem a uma crença, naquelas onde o corpo (ou até mesmo os sentimentos), a matéria não importa, onde ele é pequeno, comparado com um "bem" maior, com uma entidade maior, com uma coisa acima de nós, acima de tudo.
Como se ela podesse simplesmente apagar nossa dor, pelo tamanho dessa "força", que, como disse, é maior que tudo, maior que todos, até de nossos sofrimentos.

Isso me soa muito estranho, mas quem garante que eu mesmo um dia não faça isso, para fugir de uma dor intensa, para acreditar que tudo será recompensado, ou algo próximo disso, e que assim consiga seguir com minha vida, com um pouco menos de dor, de sofrimento.

Também acredito que como muitas arranjar essas "muletas", muitas também conseguem seguir, sozinhas, pelo caminho tortuoso que é o "pré-cura", por mais que essa cura nunca aconteça de uma forma plena, pois acredito que na verdade nos acostumamos a dor, de uma forma onde ela pareça não existir mais.









então, foi uma vontade subta de escrever, assim.
e tudo foi possivel gracas a thamires, que me forneceu os acentos necessarios.
agora eles estao faltando, porque eu cansei de ficar copiando e colando, serio, cansa.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ops


"A solução é voltar ao marco zero. Desaprender para aprender.
Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu
pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas
hoje sei que dá pra renascer várias vezes, nesta mesma vida."
(Macho Man/Marthe Medeiros)

E é assim, sempre.
Destruir para construir, do caos conseguir a ordem, essas coisas.
Quem dera fosse fácil fazer isso, esquecer certos conceitos, esses que você seguiu por tanto tempo
E, certas vezesm são eles que nos fazem cair.
Pois são tão calorosos, que pra desprender é sempre complicado.




to de férias agora, vo voltar a escrever.
não que isso seja ruim, pelo menos não pra mim
agora, pra quem lê, só lamento.
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